Escuridão

No silencio do meu quarto, luzes apagadas e as lágrimas rolam no meu rosto. Há uma verdade dolorosa que eu tento sufocar, mas quem está morrendo sou eu. E não há nada, nem mesmo um fio de esperança.
Queria tanto acordar e ver o sol brilhando, mas descubro que não estou dormindo. Esta escuridão é real e está ultrapassando as barreiras deste quarto vazio e tomando conta da minha alma.
São navalhas finas que rasgam o meu peito por dentro e eu assisto a sena deplorável. Vejo o meu coração sangrando e sinto as minhas forças acabando. Eu não aguento mais este sofrimento. Como posso tirar de mim esta dor? Queria que o sono me levasse para o mundo dos sonhos, pois a realidade virou pesadelo, mas nem mesmo dormir eu consigo, então só me resta chorar.
Abro os olhos lentamente, o dia amanheceu. Lá fora os pássaros comemoram o novo dia e eu me recordo da noite passada. Ao me olhar no espelho vejo as marcas da minha dor. Os meus olhos estão vermelhos de chorar. Eu adormeci mergulhada na tristeza. Sinto que a tempestade ainda não passou e vejo mais uma vez as lágrimas escorrerem na minha face. Percebo então que nem o brilho do sol conseguiu iluminar a minha alma e que a escuridão já faz parte de mim.

Lúcia Alves 16.12.2010

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