A Batalha



É uma pena que eu não tenha o coração livre para te amar como você merece. Que eu não possa me entregar como queria. Mas é que o destino resolveu cruzar os nossos caminhos depois que já foram dados passos difíceis de voltar a traz. Sei que é muito triste ter que matar os sonhos, mas seria bem pior se depois de torná-los reais tivéssemos que abrir mão.
Por muitas vezes já sufoquei os meus pensamentos para não deixar você entrar, numa tentativa inútil de tirar da cabeça o que já era bem mais profundo.  Às vezes me pergunto como você conseguiu entrar na minha vida desta maneira se  mantive o meu coração fechado todo o tempo? Talvez eu tenha guardado dentro dele algumas de suas palavras e muito dos seus poucos atos e assim você permaneceu dentro de mim por todo o tempo.
                O amor é uma planta que cresce silenciosamente dentro do coração, brotada da mais singela semente e alimentada por gotas imperceptíveis de sentimentos inexplicáveis. Uma planta que depois de enraizada torna-se erva daninha que se espalha tomando todos os espaços e que mesmo não possuindo raízes profundas causa uma ferida enorme quando extraída brutalmente. Uma planta resistente e persistente que vai e volta, fincando as suas raízes cada vez mais fundas.
É assim que eu me sinto. Como um lavrador tentando livrar-se da erva daninha que insiste em se espalhar.  E por mais que eu tente me afastar sinto que estou cada vez mais perto. Não tenho como lidar sozinha com essa força que me arrasta até você.
Quero a serenidade dentro de mim para tomar conta deste coração tão sem juízo. Preciso encontrar o caminho certo que perdi depois de muito tempo. Eu brinquei com os meus sentimentos pensando ser capaz de controlá-los e perdi o jogo.
Agora luto contra mim mesma. Uma batalha quase perdida, mas que não pode jamais ser interrompida. Vou lutar ate o fim, mesmo que no final reste muito pouco de mim.

Lúcia Alves 16.07.2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário