Sem Nexo



Senti a solidão bater na porta
E sem licença tomou conta do meu coração
Lágrimas rolaram em minha face
E o gosto amargo da dor foi o que ficou,
Pois se foram as minhas esperanças
E agora não sei como recomeçar.
Vestiria eu as vestes da dor?
Olhos pesados, cansados de chorar
Secos de sentimento
Um olhar perdido no tempo.
Tempos cruéis de angústias fatais
Levam o meu pranto para além do horizonte
E lá, perdidos em pensamentos
Os meus olhos, ah estes olhos que já não brilha mais.
Terríveis tempos de solidão,
Dias em que eu não existo,
Dias em que a minha alma vaga por entre as folhas secas
E o meu corpo repousa tão pesaroso.
Os olhos secos não dormem mais
Pousados no  infinito dos meus sonhos
Sonhos que não vigaram
E foram arrancados de mim de formar brutal
Abrindo feridas que não saram.
Sangrando por dentro a cada batida de coração
Triste desamor que sinto por mim mesma,
Triste fim de um começo não findado.
O que  fala essa voz que me consome?
Sinto escorrer os meus dedos pelo papel
Sinto que derramo em linhas palavras turvas
Dignas de um dia de tempestade.
Soluços de trovões que rasgam o peito
E ecoam no silencio da minha solidão.
Cala-te voz que me maltrata
Cessa essas palavras que de mim saltam,
Pois já não basta a dor que me causa?
Hoje eu não vivi!
Hoje eu existi, numa existência que não senti.
Nos meus sentidos eu matei-me hoje.
Talvez eu acorde em um amanhã distante.
Verdade?Não sei.
Hoje a minha única esperança finda-se em um TALVEZ.

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